Marcado: crônicas

2014 reloaded?

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Hoje tentarei fugir do formato tradicional de resumos que vem sendo utilizado desde o ano passado para fazer uma análise do Campeonato Candango que chega na metade da primeira fase.

O maior destaque não é nem o clássico verde-amarelo disputado no último sábado, falaremos dele depois. O destaque do campeonato é o Luziânia, que vem emendando um sequência de vitórias que o colocou na liderança isolada e disparada da competição. Com 100% de aproveitamento – são seis vitórias em seis jogos – a torcida se anima e cria a expectativa de uma campanha dourada como em 2014, onde o Azulino apresentava um futebol tão avassalador que não tinha como questionar que o mesmo não pudesse levar o título (e acabou levando).

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Porém sempre tem um porém. O Luziânia ainda não enfrentou seus concorrentes diretos na ponta da tabela – quais sejam Gama, Brasiliense e Ceilândia, os demais times que até o momento demonstram como os principais candidatos ao título do Candangão 2016 junto com o time goiano. Será a prova de fogo pela qual o time precisa passar para que a qualidade do plantel não tenha por onde ser questionada, sendo que a primeira pedreira dessa sequência é justamente o vice-líder Gama, ou seja, uma final antecipada.

Pro Gama será uma oportunidade de retomada da confiança, abalada por conta da derrota no clássico diante do Brasiliense. O time até se impôs bem no primeiro tempo, mas a expulsão do zagueiro Pedrão desarticulou o time, que havia entrado com um esquema tático defensivo e que de início não sofreu tanto com a desvantagem numérica em campo, mas o técnico do Jacaré Luiz Carlos soube colocar as peças certas para dominar as ações e explorar uma falha na defesa alviverde para chegar ao gol da vitória marcado, vejam só, por uma peça saída do banco (o atacante Gilvan).

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Outros aspectos que precisam ser relatados sobre o clássico: o mesmo ocorreu se maiores estresses dentro de campo, a despeito dos quatro cartões vermelhos distribuídos pelo árbitro Almir Camargo. O mesmo pode ser dito do comportamento das torcidas nas arquibancadas: foi propagado um clima de tensão nos preparativos para o jogo que criava um clima de temeridade com um possível confronto de torcidas que seria facilitado pelo pouco espaço do Abadião, mas os confrontos se limitaram aos gritos de guerra e o que de mais grave que houve foi tão somente os gestos obscenos praticados por Luiz Estêvão direcionados à torcida do Gama.

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Aliás, cabe aqui uma observação: o Abadião é um estádio que está aquém do tamanho da torcida do Brasiliense, principalmente considerando momentos como o clássico verde-amarelo, cuja rivalidade atrai muito mais espectadores do que os que costumam frequentar jogos habitualmente.

E falando em tamanho de estádio fico feliz em ver o Mané Garrincha sendo aberto para o futebol do Distrito Federal, sem receio da quantidade de público que venha para os jogos pois os clubes, principalmente o Brasília que pretende mandar seus jogos com regularidade no local, precisam entender que será com o tempo que o fã de futebol criará o hábito de frequentar a maior praça esportiva da capital.

Em campo o Ceilândia correu atrás do prejuízo ao sair atrás no placar diante do Brasília e conseguiu chegar à virada e à vitória no placar, fazendo com que o Colorado fosse retirado da zona de classificação pela combinação dos demais resultados. O esquema tático de Adelson de Almeida é um tanto manjado, mas chama a atenção o como o conjunto das peças consegue se comunicar em campo: o técnico fez as substituições certas para reverter o sufoco que passou na primeira etapa e igualar as ações no restante do jogo.

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Já pelo lado do Colorado-que-quer-ser-Celeste acende-se o sinal amarelo. Não acredito que não se classifique (certamente não cai, e isso explico logo a seguir) mas vai ter que mudar da água pro vinho se não quiser ter sua participação no Candangão encerrada precocemente. Manter um grupo regular e não hesitar em trocar peças que não vem rendendo parece ser o caminho.

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Lá no meio da tabela chama a atenção a quantidade de empates que fazem com que os ponteiros se distanciem e deixe a briga no meio da tabela embolada (hoje há quatro clubes com seis pontos, todos com três empates) Além do Sobradinho que já soma quatro empates no campeonato. Afora isso parece praticamente consumada a briga pelo rebaixamento e, a menos que se opere um milagre, Cruzeiro e Planaltina-GO devem ser mesmo os clubes que irão para a segunda divisão em 2017.

As próximas rodadas serão a hora da verdade, e o modo como os acontecimentos se desenrolarem mostrarão quem deve dar a volta olímpica no final.

A volta dos saldos altos – Resumo da quinta rodada da Segundona Candanga

Atlético Taguatinga, de camisa nova, reassumiu a liderança.

Atlético Taguatinga, de camisa nova, reassumiu a liderança.

Após os tropeços da semana passada as equipes de Atlético Taguatinga e Paranoá voltaram a espichar o saldo de gols e, com isso, voltaram a figurar na zona de classificação. Apesar disso a dupla não conseguiu se isolar e estão sendo seguidos de perto pela dupla de Planaltinas (do DF e de GO), que, apesar do empate entre as duas equipes estão ali, esperando um tropeço para pegar uma das vagas para a elite.

Ali no meio da tabela estão aqueles que almejam entrar nessa briga do topo. Até tem time para brigar por uma das vagas, mas tropeçaram quando não podiam e se afastaram do topo. Destaque para Guará e Bolamense, o primeiro perdeu um jogo contra um adversário teoricamente fácil (Capital) e se reabilitou na rodada seguinte (Botafogo-DF) enquanto o segundo chegou a estar na zona de acesso, porém perdeu duas seguidas para adversários diretos (Planaltina-DF e Taguatinga) e foi jogado para a sexta posição.

A briga pela elite não deve sair destes clubes, tendo os quatro do primeiro parágrafo como favoritos e os outros dois do segundo correndo por fora. Os demais devem ser relegados a cumprir tabela e isso inclui CFZ e Brazlândia, que venceram na última rodada e se aproximaram do bolo, mas quando ambos enfrentarem os favoritos a realidade deve voltar a bater a porta.

Em campo chamou a atenção não o bom futebol apresentado pelas equipes, mas o péssimo estado dos gramados utilizados, coisa que pelo visto teremos que ficar batendo na tecla a toda crônica escrita aqui. O Augustinho Lima em especial chamou bastante a atenção pelo fato de que os jogadores de Legião e Paranoá não conseguirem dar piques sem levantar bastante poeira.

Futebol de areia no Augustinho Lima.

Futebol de areia no Augustinho Lima.

Se serve de alento tivemos a boa notícia da reabertura do Abadião para a torcida, aliás, o estádio da Ceilândia virou um oásis na cidade: gramado impecável, festa nas arquibancadas… pra ficar melhor só falta construir um novo lance de arquibancadas na lateral dos bancos de reservas e transferir as tribunas para lá (como acontece nos estádios padrão Fifa).

Chegamos quase à metade do campeonato e tudo indica que a briga para jogar na elite em 2016 deve esquentar ainda mais, principalmente quando os ponteiros começarem a se enfrentar. Vai valer a pena aguardar pra conferir, diferente do que pensam os detratores do futebol da cidade, mas isso é assunto para outro post.

A dificuldade de se fazer prognósticos – Resumo da terceira rodada da Segundona Candanga

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Bruno, Gazito, Bahia e Alisson celebram a vitória e a liderança.

Após dois cinco a zero aplicados pelo Atlético Taguatinga os prognósticos apontavam para um percurso de campeonato sem grandes percalços numa segurança que lembraria a campanha do Samambaia na última edição do torneio, que foi conquistado pela equipe auriverde quase sem dificuldade. Brazlândia e Dom Pedro não foram páreo para o novo rubro-negro da cidade e colaboraram para que o até então líder abrisse um saldo de dez gols em apenas duas rodadas.

Enquanto isso o Guará, que tem feito uma bela campanha de divulgação do clube, chamando a cidade para empurrar o time rumo ao retorno à elite (do jeito que dá já que os portões continuam fechados para a torcida), ainda não havia mostrado a que veio. Jogou bem diante do mesmo Dom Pedro que seria goleado na semana seguinte, mas não soube aproveitar as oportunidades que teve e saiu com um empate sem gols. Aí no meio da semana veio o tropeço diante do Bolamense e o descrédito quanto ao sucesso do Lobo começaram a surgir.

Mas nada como uma vitória diante do líder para reforçar a auto-estima das pessoas. Apesar do domínio rubro-negro durante boa parte do jogo e o gol no início do segundo tempo o Guará buscou a virada e conquistou sua primeira virada na competição, que deve fornecer a confiança necessária ao elenco do jovem Pedro Granato para o restante da competição.

Com esta derrota do Taguatinga a liderança passou ao Planaltina-GO, que na manhã do mesmo dia marcou um gol relâmpago e segurou o placar (na verdade poderia ter saído com um placar mais elástico) até o final, se consolidando assim como a única equipe que continua 100% na competição, mostrando que o Tigre vem mesmo como um dos favoritos ao acesso. O Paranoá teve seu primeiro tropeço e seu jovem elenco já terá a oportunidade de se reabilitar diante do Dom Pedro, já que o jogo será mais ameno do que na partida do último domingo.

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Planaltina-GO x Paranoá

No sábado tivemos o único empate da rodada, entre Dom Pedro e Botafogo. O time dos bombeiros marcou um gol importante e tinha tudo pra sair com a vitória, mas vacilou no pênalti cometido que permitiu ao Alvinegro empatar a partida próximo de seu fim. A essa altura do campeonato já é possível afirmar que aparentemente ambos não terão grandes pretensões no certame.

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Dom Pedro x Botafogo-DF

Em outra partida mostrou-se a importância do entrosamento de uma equipe para o sucesso na competição. O Bolamense está disputando a competição com a base do Cruzeiro, que por mais que tenha feito uma campanha modesta na elite agora coloca o time grená na zona de acesso pois são jogadores que se conhecem e tem um tempo de preparação razoável. Isso fez diferença nos dois últimos dois jogos, onde venceu Guará e Brazlândia respectivamente, a conferir como a equipe se sai contra os demais postulantes diretos à vaga na primeira divisão do ano que vem.

Um deles, além dos que foram destacados acima é o Planaltina, que em seu retorno ao lar aproveitou bem as limitações do adversário e com a vitória voltou ao páreo ao vencer o CFZ pelo bom placar de 3 a 0, se recuperando do baque da derrota para o Taguatinga. Isso se mostra suficiente para deixar eletrizante o primeiro encontro entre as duas Planaltinas no futebol profissional que ocorrerá no próximo fim de semana.

Por fim o Clássico do Rock, sem o glamour de quando as duas equipes estavam em evidência (ambos foram recém rebaixados) mas com uma rivalidade de bastidores (os respectivos presidentes eram desafetos até pouco tempo atrás) o Legião se saiu melhor tanto no primeiro tempo onde houve um equilíbrio quanto no segundo onde, estando atrás no placar, o Capital pressionou atrás do prejuízo. Porém mesmo com a vitória a parada será duríssima caso o time laranja queira pretender alguma coisa no certame.

Aqui não há tempo de respirar, nesta quarta e quinta já começa a quarta rodada e as coisas começam a clarear ainda mais com relação a quem tem futuro na competição e quem vai passar a cumprir só tabela.

E o blog torce para que as partes responsáveis pela manutenção e liberação dos estádios se entendam urgentemente, pois os portões fechados vão matar o que resta do futebol profissional no DF. Polícia Militar? Bombeiros? Administrações Regionais? Federações? Clubes? Não interessa quem, mas alguém faça algo para que a torcida possa entrar e prestigiar o futebol local. Não subestimem a força do certame… senão é melhor se preparar para ter de cuidar de outro esporte na vida.

Ricardo Botelho/Ponto Marketing Esportivo

Sobre a campanha colorada na Copa Sul-Americana

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“Não tem futuro”, “Vai jogar só dois jogos”, “Vai ser goleado”, “Time sem série”, etc. Estes provavelmente fizeram parte de diversos comentários proferidos em referência a como seria a participação do Brasília na Copa Sul-Americana, primeira competição internacional a contar com um clube do Distrito Federal. Em resumo os críticos e céticos consideravam que o Colorado não seria páreo para ninguém, a ponto de jornalistas de outros estados se perguntarem “quem teria a sorte de pegar o Brasília”.

Por uma lado era compreensível tal análise, o Brasília disputa um campeonato que não tem nenhum representantes nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro e garante a disputa da divisão inferior apenas para seu campeão – e nem isso o Brasília conseguiu pois foi vice por três anos consecutivos. Está sem divisão e não disputava uma partida profissional desde 2 de maio quando perdeu a final do Candangão para o Gama.

Mas quem acompanha futebol sabe que o Brasília não estava ali no gramado do estádio Bezerrão para enfrentar o Goiás por caridade da CBF ou da Conmebol. O time candango venceu a Copa Verde tendo que exterminar um fantasma por fase e levantou a taça após uma épica batalha contra o Paysandu. Ali mostrou sua faceta copeira para todo o Brasil.

Boa parte dos jogadores que disputaram a Sul-Americana estavam naquele 21 de abril de 2014. Querendo ou não o elenco mantinha uma base que, adicionadas umas peças aqui e uma ali, demonstrava uma constância incomum no futebol local, tão afeita a desmontes e remontes de elenco a cada temporada. Por conta disso o time do avião decolou e tem mantido, apesar de algumas turbulências, um voo em velocidade de cruzeiro.

O time começou essa saga diante do Goiás de uma forma um pouco amedrontada, meio que ainda tentando enfrentar o nervosismo pelo momento. Segurou bravamente o empate em um gramado que não colaborava para o bom desenvolvimento do futebol. Talvez as circunstâncias vencidas fizeram com que o Colorado fosse pra Goiânia e jogasse mais solto, mais em busca da vitória, o que fez com que ela viesse naturalmente construída em duas boas jogadas que surpreenderam o Goiás, que certamente estava ali achando que decidiria o jogo na hora que quisesse. Quando viu estava 2 a 0 para os visitantes e a reação se mostrou infrutífera.

Pronto, haviam sido dois jogos, mas já tinha sido o suficiente para todo o país reconhecer a qualidade do elenco vermelho. A passagem de fase fez com que muitos simpatizassem com o clube e torcessem para que o avião alçasse voos cada vez mais próximos da estratosfera. Havia quem já sonhava com confrontos diante do River Plate, atual campeão da Libertadores.

Aí veio o Atlético Paranaense, parada dura pelo fato de estar em uma fase atualmente melhor do que a do Esmeraldino. O jogo em Curitiba, apesar do predomínio do Furacão mostrou um Brasília que chegava bem no campo de ataque, mas que tinha dificuldades em efetuar boas finalizações. Em situações como a que se apresentavam acaba sendo o acaso a decidir o destino de uma partida: as divididas que tiraram Artur e Vitor Hugo e os mandaram para o hospital e, principalmente, o morrinho artilheiro que traiu Welder no gol rubro-negro acabaram sendo decisivos para a classificação dos paranaenses.

Chamou a atenção no jogo de volta no Mané Garrincha o esquema defensivo adotado pelo técnico Omar Feitosa. Segurou o ímpeto dos atacantes adversários, mas deixou o time lento e preso na marcação paranaense. Talvez com um pouco mais de ousadia, semelhante ao que ocorreu no Serra Dourada, o Brasília tivesse saído com uma vitória magra, mas o suficiente para empurrar a decisão para os pênaltis.

No torneio de tiro curto foram quatro jogos, uma vitória, dois empates e uma derrota. Dois gols marcados e um sofrido, ou seja, o Brasília ainda saiu com saldo positivo.

Mesmo tendo parado nas oitavas de final o Brasília saiu maior do que entrou, e conquistou ainda mais o torcedor do DF que se encontra ávida por futebol na arquibancada, longe da frieza da tela plana e do pay-per-view. Quanto ao time, com a grana que arrecadou na campanha, mantendo a base como de costume e selecionado boas peças de reposição seja na base seja investindo em promessas de outros clubes, se credencia como um dos favoritos a sair da fila e finalmente levantar seu nono Candangão. Se no papel isso se concretizará só o tempo irá dizer.

Brasília x Atlético PR-_1-18

A final que todos esperavam. O momento que todos esperavam.

brasiliaxluziania_fn_2Enfim chegou o grande momento! Desde que o Campeonato Brasiliense de 2015 começou que os torcedores ansiavam pela chegada da grande decisão e da definição dos grandes contendores desta edição do torneio.

66 jogos foram disputados, sendo que um deles durou pouco mais de um minuto. Um jogo não foi realizado porque o mandante não reservou a praça esportiva. 139 gols foram marcados, o que dá uma média de 2,13 gols por partida se não contarmos a partida-relâmpago da primeira rodada.

Por fim duas equipes se credenciaram para atravessar o túnel que dá acesso ao gramado do Estádio Mané Garrincha e brigar pelo troféu da quadragésima edição do Campeonato Brasiliense de Futebol*.

Brasília Futebol Clube x Sociedade Esportiva do Gama.

Este confronto já decidiu o Candangão em três oportunidades: 1979, 1995 e 1997. Em todas quem levou a melhor foi o Periquito.

Houve também um episódio especial: em 1980 o campeonato tinha três turnos, no qual um time só seria campeão de um deles se abrisse dois um mais pontos para o segundo colocado. O Brasília não conseguiu fazê-lo no segundo turno e teve que jogar uma “final” contra o Gama, onde acabou vencendo por 2 a 0. O Colorado acabou vencendo todos os turnos e assim ganhou sua quarta taça de forma invicta.

O Colorado Candango vem de uma campanha de oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota (esta justamente para o agora finalista Gama na sexta rodada). Marcou 21 gols e tomou 9, ou seja, tem saldo de 12. Tem como destaque o meia Héverton, jogador que estreou no meio da competição e marcou seis gols até o momento, dividindo a liderança da artilharia com mais três jogadores.

Enfrentou o Luziânia em dois jogos. Em ambos o placar foi o mesmo- 1 a 1 – e como a vantagem era colorada o Time do Avião foi para a final. Outra marca do confronto foi o equilíbrio entre as duas equipes, com esquemas táticos e estilo de jogadores parecidos, o que demonstrou a evolução do Luziânia no mata-mata – evolução essa que permite dizer que se o Azulino passasse faria com que a final tivesse um participante tão merecedor quanto o classificado final.

O Gamão do Povão também possui oito vitórias, porém tem dois empates e quatro derrotas, alguma delas doídas como a da última rodada contra o Cruzeiro que lhe custou a liderança e a vantagem do empate. Marcou 14 gols e tomou 8, possuindo saldo de 6. O volante Baiano é um dos principais jogadores do time que tem outros destaques como o atacante Thiago Miracema, um dos jogadores que estão empatados no topo da lista de artilheiros.

A classificação alviverde adveio de dois confrontos nervosos, como é típico dos clássicos. No Serejão o Brasiliense tinha mais presença de ataque e jogava mais cadenciado enquanto o Gama investia em toques rápidos para chegar à área adversária. Foi desse modo que surgiram os dois gols alviverdes que o deram uma grande vantagem para o jogo de volta, vantagem essa que certamente afetou o desempenho do Jacaré, ainda mais no caldeirão que se formou no Bezerrão. A vitória amarela pelo placar mínimo não estragou a festa da torcida gamense pela volta a uma final após quatro anos.

Agora as duas melhores campanhas do campeonato medem forças no maior palco do futebol do DF. O estádio que sediou a Copa do Mundo de 2014 finalmente será palco de uma partida oficial em 2015, e o fato se torna ainda mais especial pelo fato de se tratar de um confronto tão tradicional da cidade – é motivo mais do que suficiente para que todos os amantes do futebol da capital federal esgotem os ingressos e mostrem a todos aqueles que não acreditam no potencial do futebol do DF que o Mané Garrincha não nasceu para ser um “elefante branco”.

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*Contagem que considera apenas a fase profissional do torneio, iniciada em 1976.

Não há mais espaço para erros – Resumo da rodada de ida das Quartas de Final do Candangão 2015

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O que dizer do início das quartas de final do Candnagão 2015? Pelo menos nas arquibancadas, a exceção do Sobradinho que jogou longe dos seus domínios, houve uma boa presença das torcidas nas arquibancadas abrilhantando a festa do torneio local, como que saudando a fase em que um erro pode significar o fim de 2015 ainda em abril.

Dos quatro clubes que possuem a vantagem de passar com igualdade no resultado dos dois jogos apenas o Brasília saiu com vitória – convincente diga-se de passagem diante do Paracatu, que por mais que não tenha ficado numa boa posição na tabela estava invicto no Frei Norberto em 2015 (3 vitórias e 1 empate). O 3 a 1 teve como destaque o atacante Giba, que fez o terceiro gol de sua equipe em sua primeira partida após o retorno ao Colorado. O resultado dá ao Brasília a vantagem de perder por até dois gols de diferença para ir às semifinais, uma situação confortável para um equipe que foi crescendo ao longo do campeonato e que chega com moral para o duelo com o Náutico na quinta pela Copa do Brasil.

O Gama entrou em campo no Diogão no mesmo horário com o favoritismo de quem passou a maior parte da primeira fase na liderança da tabela e diante de um Formosa que não pontuava havia mais de um mês. Esse favoritismo, que durante boa parte do primeiro tempo foi visível apesar de não ter resultado em gol, caiu por terra em três lances:

1 – Galhardo investiu de maneira imprudente contra um adversário, tomou vermelho direto e deixou sua equipe com um a menos;
2 – Daniel recebeu a bola de cara pro gol e com o goleiro batido, e conseguiu chutá-la pra fora do estádio (no sentido figurado);
3 – No lance seguinte Pereira cometeu pênalti na grande área, o mesmo foi convertido e deu a vitória ao tsunami.

E assim o Formosa reverteu a vantagem do empate para si e encheu a torcida de esperança para o jogo de volta.

Curioso foi o que o destino reservou este ano para Luziânia e Ceilândia. Os dois times se enfrentaram na última rodada da primeira fase quase que cientes de que se reencontrariam no mata-mata. Naquela ocasião o Gato Preto saiu com a vitória e com a vantagem de dois resultados iguais. No reencontro no mesmo bathorário e mesmo batlocal o Azulino se impôs na partida e venceu o Gato Preto por 2 a 1, podendo agora enpatar na próxima partida no Abadião para seguir na competição, no único confronto previsto para o próximo final de semana com portões fechados. A vitória do jeito como foi concebida dá a entender que o Luziânia é favorito, mas isso é ilusório – os dois times estão em equilíbrio de forçar e vai passar quem vacilar menos em campo, ou seja, quem entrar mais afiado passa.

Já equilíbrio na partida entre Sobradinho e Brasiliense no Bezerrão ficou só na igualdade no placar. O Jacaré dominou a partida, mas perdeu um caminhão de gols e não soube impôr tal vantagem nem mesmo após a expulsão de Agenor, que deixou o Leão da Serra em desvantagem numérica em campo. Os artilheiros Laécio e Kiros adiaram seu duelo particular para o próximo domingo, no qual a torcida anseia que os dois atacantes estejam com a pontaria mais calibrada. Duelo em aberto.

A emoção correu solta neste domingo e todos estão ansiosos pelos jogos de volta, mas havia uma preocupação com relação ao horário das partidas – que originalmente estavam agendadas para quarta-feira. Pra galera que está na bronca com a Federação uma notícia tranquilizadora: três dos quatro jogos foram antecipados para o fim de semana.

Ceilândia x Luziânia – Sábado às 16h
Gama x Formosa – Domingo às 16h
Brasiliense x Sobradinho – Domingo às 16h

Somente Brasília x Paracatu foi mantido no dia 8 por conta da participação do Colorado na Copa do Brasil na próxima quinta, ou seja, são ossos do ofício.

Para os demais a festa no final de semana está garantida, não será a jornada de trabalho que atrapalhará a torcida da galera.

Que venha as Quartas- Resumo da décima primeira rodada do Candangão 2015

dscf2137_1E finalmente descobrimos a posição dos oito clubes que se habilitaram a disputar a fase de mata-mata do Candangão 2015, bem como acabou a ansiedade de saber quem seria o clube rebaixado na vaga única para a Segunda Divisão de 2016. A partir de agora só vai afunilando mais e mais até só sobrar o grande campeão de 2015. Todos os jogos ocorreram “simultaneamente” na última quarta.

A palavra “simultaneamente” está entre aspas porque pra variar um dos jogos começou atrasado por falta de policiamento, o que a olhos leigos parece estranho posto que Brasília e Santa Maria jogaram em um Abadião de portões fechados. Em campo o time grená assustou a torcida colorada (onde quer que ela estivesse) ao abrir o placar no fim do primeiro tempo, porém o Time do Avião mostrou poder de reação e virou a partida, garantindo um resultado importantíssimo para as pretensões vermelhas em busca do caneco.

Importantíssimas porque o Gama, que liderava desde a quinta rodada, tinha tudo para fechar a primeira fase na liderança diante de um Cruzeiro atolado lá no fundo da tabela e lutando para evitar o rebaixamento logo em seu primeiro ano na elite. Mas além de perder um caminhão de gols o alviverde ainda foi surpreendido com um gol achado do Carcará, resultado adverso que o time não conseguiu reverter e viu a vantagem do empate e da decisão em seus domínios até a final escapar por seus dedos justo no finzinho do turno.

Outros dois jogos se realizaram tendo como único intuito definir posições e chaveamento entre os classificados. No Serejão o Brasiliense venceu o Paracatu por 2 a 1, mas com a vitória do Brasília no outro jogo não saiu da terceira posição – no entanto jogou o paracatu para a oitava e última vaga. E no Serra do Lago o Ceilândia surpreendeu o Luziânia em casa ao vencer por 2 a 0 num confronto que todos já esperavam que se repetiria nas quartas, só que agora a volta e a vantagem passaram para o Gato Preto.

E a vaga do rebaixamento foi preenchida no Augustinho Lima mesmo. Um Sobradinho burocrático encontrou um desmotivado Ceilandense e lhe aplicou uma goleada de 3 a 0. Despedida melancólica do Tricolor da Guariroba na primeira divisão, que se reestruture para voltar brevemente – pois tem plenas condições disso se souber se organizar.

Com o Leão da Serra vencendo na última rodada o mesmo conseguiu subir duas posições e fechou o fase na sexta posição, e agora irá enfrentar o Brasiliense – sendo que no confronto entre os dois este ano deu Leão por 1 a 0.

O Formosa, que folgou na rodada, acabou perdendo apenas uma posição, e vai reencontrar o Gam no duelo de alviverdes, poucos dias depois que os dois times reabriram o Diogão pra torcida com vitória do Periquito por 2 a 1.

O Brasília jogou a Copa Verde – foi eliminado no último domingo mesmo vencendo um clube de Série B – e ainda jogara a Copa do Brasil na semana que vem. É ver se o time vai dar conta de manter o pique para enfrentar um perigoso Paracatu como no ano passado quando foi até as finais da Copa Verde e do Candangão em um curto espaço de tempo.

E por fim é hora de Luziânia e Ceilândia irem se acostumando com as fuças uns dos outros pois terão ao fim das quartas três confrontos seguidos no qual infelizmente o de volta não poderá contar com a torcida. Então que as mesmas façam a diferença no Serra do Lago.

O nível entre os clubes está mais equilibrado do que se pensava, o que demonstra que a partir desse domingo vai começar uma briga de foice pelo título do Candangão. Quem sobreviverá ao final?