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Candangão 2016 começa a tomar forma

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Representantes dos dez clubes da primeira divisão do futebol do DF (Brasília, Brasiliense, Ceilândia, Cruzeiro, Formosa, Gama, Luziânia, Paracatu, Santa Maria e Sobradinho) e dos dois clubes recém-promovidos (Atlético Taguatinga e Planaltina-GO) se reuniram na manhã desta sexta para a realização do primeiro conselho arbitral do Candangão 2016.

A primeira definição foi a das datas de início e término do Campeonato, que começa no dia 30 de janeiro e terá a disputa do segundo jogo da final no dia 7 de maio. Tal data visa se adequar ao calendário de competições da CBF, que prevê o início da Série D do ano que vem no dia 29 de maio.

Inclusive a Série D foi motivo de muitos debates. O motivo foi o comunicado da CBF de que a partir de 2017 a vaga do estadual para o torneio nacional passará a valer para o ano seguinte, e a princípio o juste se daria com o campeão candango de 2016 ter direito a vaga dos dois anos seguintes (2016 e 2017). A outra possibilidade dada pela CBF é que a vaga para 2017 sera oriunda de um torneio seletivo entre clubes da primeira divisão do estado. Tal situação ficou a ser definida no próximo arbitrar, previsto para o dia 27 de novembro.

Quanto a forma de disputa foram apresentadas três propostas. Uma previa a formação de dois grupos que se enfrentariam em dois turnos, na ida entre si e na volta contra os times do outro grupo, formando depois semifinal e final. A outra previa também dois grupos, mas confrontos de ida e volta apenas dentro dos grupos. Por fim a proposta que venceu foi a da manutenção do formato que vem sendo utilizado desde o ano passado – todos se enfrentam entre si em turno único, formando depois quartas, semifinal e final.

Com este formato se mantém também a quantidade de datas do torneio, dezessete.

O presidente do Gama, Antônio Alves, propôs que nas fases de mata-mata os clubes que obtivessem mais pontos na primeira fase não mais tivessem a vantagem do empate em caso de igualdade no resultado dos dois jogos, passando a vaga a ser decidida nos pênaltis. Como alguns representantes alegaram precisar refletir melhor a respeito do assunto a decisão também foi adiada para o dia 27.

Por fim foi decidido que os clubes estão livres para definir os valores dos ingressos de seus jogos, com a condição de que não sejam praticados preços diferentes para a torcida visitante.

Na próxima reunião, dia 27, serão definidos além dos itens que ficaram para definição nesta data relativos a pontos debatidos neste primeiro arbitral o regulamento do torneio, a tabela de jogos da primeira fase e os estádios de mandos de campo de cada clube.

A polêmica sobre a mudança de identidade do Brasília

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Fevereiro de 2013. Em uma viagem a Caldas Novas descobri uma loja em um Shopping da cidade que vende vários produtos para torcedores de futebol, com escudos de vários (mas são VÁRIOS mesmo) times do Brasil afora. Dos times do DF haviam canecas, copos, relógios e enfeites de Gama, Ceilândia e Sobradinho entre outros. Minha esposa que é torcedora do Brasília perguntou se havia produtos do Colorado, o que foi negado pelo dono da loja que alegou que o clube “mudava demais de escudo” o que faria com que os produtos se perdessem.

Naquela época o time do Avião havia acabado de voltar da segunda divisão e havia passado pela oitava mudança de escudo desde que foi fundado em 1975. Cercado de incertezas sobre como seria seu futuro na elite distrital acabou por ser vice-campeão candango naquela edição e nas duas seguintes. Além disso ganhou duas vezes o torneio de juniores, fez uma boa campanha na Copa São Paulo e, o ápice, conquistou a primeira edição da Copa Verde, se credenciando para ser o primeiro clube do DF a disputar uma competição internacional oficial – a Copa Sul-Americana.

BrasíliaTodas estas conquistas vieram com os jogadores utilizando este escudo, que acabou, mesmo num curto espaço de tempo, se tornando conhecido nacionalmente – principalmente por conta da façanha de conquistar a Copa Verde quando todos esperavam que a dupla Re-Pa (Remo e Paysandu) ganharia facilmente qualquer edição. E a expectativa de que o Brasília voltasse a dominar não só o cenário local, mas começasse a crescer e voltasse a disputar torneios nacionais com frequência como em seus tempos áureos fez com que muitos apaixonados por futebol começassem a se organizar para acompanhar e torcer pelo Colorado, com isso assimilando para si todos os signos que o representavam.

O grande marco no qual todos miravam era a partida da Sul-Americana, mesmo sem saber sequer quem enfrentariam, no qual todos iriam se mostrar para toda a América do Sul. Mas aí…

Na última sexta-feira, faltando quatro dias para o grande momento, a diretoria que assumiu o clube após o último Candangão anunciou mudanças no escudo, nas cores, no uniforme e até no mascote. A cor azul seria adicionada, fazendo o clube deixar de ser o “Colorado” e o transformando em “Tricolor” ou “Rubro-anil” a depender da interpretação de cada um. O mascote deixaria de ser o avião e passaria a ser a Águia, animal escolhido após uma análise interna considerar que o mesmo cativaria o público infantil e que simbolizaria uma nova fase na trajetória do clube após seu quadragésimo aniversário. O uniforme titular ganharia uma faixa azul na altura do peito e o reserva teria o calção da mesma cor.

Novo escudo anunciado pela diretoria do Brasília.

Novo escudo anunciado pela diretoria do Brasília.

Assim que as imagens da nova identidade do Brasília foram divulgadas deu-se início a uma enxurrada de críticas à mudança por parte de seus torcedores (e de zoações dos rivais gamenses), algumas com xingamentos direcionados principalmente a Luiz Felipe Belmonte, acionista majoritário do clube, que acabou sendo apontado pelos torcedores como o principal responsável pela transformação pela qual o time passou.

Algumas críticas feitas foram respondidas pelo mandatário de uma forma um tanto deselegante, lembrando muito o estilo de cartolas como Eurico Miranda ou, para se ter um exemplo mais próximo, de Luiz Estêvão – que curiosamente já foi cliente do advogado Belmonte.

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Respostas como essa passam a mensagem de que o clube ganhou um tom personalista e que os torcedores, que só teriam a oferecer a paixão pelo futebol e os trocados para comprar camisetas e outros produtos do clube, teriam que aceitar acriticamente tudo que a diretoria fizesse. Todos nós sabemos que as coisas não funcionam assim: se até no comércio o prestador de serviço tem que saber se moldar aos desejos de sua clientela imagine no futebol em que há muito mais fatores intangíveis envolvidos do que questões materiais e exatas. É importantíssimo que o torcedor se sinta parte integrante da agremiação para que se crie vínculos.

Peguemos como exemplo as cores do time. Aqueles que se simpatizaram com o Brasília a ponto de se prepararem para o jogo da Sul-Americana com tanta antecedência (preparando faixas, bandeiras, camisas, instrumentos, etc.) criaram vínculos com todos os símbolos que representam o clube atualmente (o escudo, as cores, a história, o mascote, etc.), mas mudanças radicais além de afastar os torcedores que se tem criaria resistência em possíveis novos torcedores que iriam temer torcer para um time tão volúvel.

Voltemos agora à questão do escudo que contamos no início do texto. O choque de uma mudança obviamente seria maior se se tratasse de um símbolo tradicional e/ou centenário, mas no caso do Brasília o problema é exatamente o oposto: é o NONO escudo adotado por uma agremiação que tem apenas 40 anos, sendo que é a QUINTA alteração em um intervalo de seis anos – é justamente o problema apontado pelo vendedor de Caldas Novas. Para a manutenção do atual escudo, considerado por muitos o mais bonito de sua trajetória, pesam a favor que foi utilizando ele que o clube teve sua arrancada que culminou no título da Copa Verde, ocasião que muita gente compareceu ao Mané Garrincha e se simpatizou com aquele clube de vermelho, que a partir dali ganhou grande visibilidade no Brasil e no mundo.

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Com relação ao mascote, o que acabou despercebido a quem fez a análise citada pela nota oficial foi a falta de originalidade, pois considerando apenas o futebol do DF já há dois clubes que adotam a águia – Santa Maria e Paracatu, ambos na elite – além de dois clubes inativos que também a tinham como símbolo – ARUC e Taguatinga, sendo que o segundo rivalizou por muitos anos com o Colorado até se licenciar em 1999.

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Ceilandense em ação no Candangão 2015.

Quanto ao uniforme e a adição do azul a polêmica talvez tenha sido a maior. Fontes ligadas ao clube informaram que a intenção era alterar as cores do clube gradativamente para minimizar o choque de uma mudança tão drástica, que inclusive teriam motivações políticas. A principal crítica aos uniformes apresentados foi a de que estes teriam ficados, somados ao escudo, “americanos” demais, pois os mesmos teriam feito o clube parecer um time que disputaria a MLS (a liga estadunidense de futebol). Fato é que os mesmos ficaram semelhantes aos utilizados pelo Ceilandense no último Candangão, no qual o time da Guariroba acabou sendo rebaixado.

Independente de qualquer possível motivação foi anunciado que o azul teria sido escolhido para simbolizar o céu de Brasília. Somado a isso o presidente Luiz Felipe Belmonte, baseado no argumento dos torcedores que a águia não teria nada a ver com Brasília, diferente do avião, mencionou em comentário no Facebook que o vermelho também não teria nada a ver (mais uma pista da tendência de se retirar a cor encarnada do uniforme). Ora, o vermelho é a cor da terra onde foi construída a cidade, coisa que é muito citada pelos visitantes, principalmente os que vêm de cidades litorâneas, como uma característica marcante da capital do país.

E convenhamos, um time azul e branco com uma águia no escudo? Aí sim viraria definitivamente o Taguatinga.

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Taguatinga Esporte Clube: mesmo licenciado ainda é o quarto maior vencedor do Candangão (81, 89, 91, 92 e 93).

Mudanças radicais encontram paralelo na história do Brasilia – há quinze anos o vermelho e branco deu lugar ao azul e amarelo quando a agremiação tentou virar clube empresa, mas em vez de simbolizar vitórias a mudança simbolizou a derrocada do clube e uma década de ostracismo no cenário do futebol. Talvez este episódio também tenha sido lembrado pelos dirigentes na hora de cogitar as trocas dos símbolos atuais e com isso o vermelho permaneceu – por ora.

Após dois dias de seguidas críticas a diretoria acabou por recuar na mudança, primeiro recolocando o escudo colorado em sua página no Facebook e depois soltando uma nota oficial anunciando a decisão, na qual também informou que o vermelho e branco estaria de volta nos uniformes utilizados pelos jogadores na terça. A atitude foi um ponto positivo que mostrou que os gestores do clube sabem reconhecer seus erros a ponto de voltar atrás em vez de insistir no erro para não dar o braço a torcer, e que admitem considerar a opinião dos torcedores não só do clube mas também dos apaixonados pelo futebol que se solidarizaram com a causa da torcida colorada.

Agora é hora de aqueles que lutaram contra as mudanças nas redes sociais mostrarem sua força também nas arquibancadas na hora deste momento histórico. Porém, em caso de baixa adesão a mudança do local do jogo para o estádio Bezerrão acabará depondo a favor de quem nao compareceu por conta da dificuldade de deslocamento para muitos que acabaram desempolgando de não poderem ir para o Mané Garrincha. Fica o trauma por conta dos acontecimentos e a nova tarefa por parte do Brasília de recuperar a imagem arranhada que acabou ficando após tanto alvoroço.

Uma das inúmeras imagens de protesto publicadas por torcedores do Brasília.

Uma das inúmeras imagens de protesto publicadas por torcedores do Brasília.

Atletico Taguatinga

Atlético Bandeirante vira oficialmente Atlético Taguatinga

 

Atletico TaguatingaColaborou Lucas Bolzan

Este será o escudo de um novo clube que irá debutar na segunda divisão do Distrito Federal. O Clube Atlético Bandeirante dará lugar ao Clube Atlético Taguatinga. O último passo para efetivar a mudança de nome (que também implica na mudança da cidade-sede do clube) já foi realizado: A CBF e a FBF homologaram o novo nome da agremiação, tanto que o clube já consta na tabela da Segunda Divisão que foi divulgada na semana passada.

Especulava-se, desde que se começou a ventilar a mudança de nome, que o clube do Núcleo Bandeirante adotasse o nome, símbolos e cores do antigo Taguatinga Esporte Clube, visto que houve – e há – varias tentativas de reativar o clube que já foi cinco vezes campeão do DF. Por fim o clube adotou o nome de Clube Atlético Taguatinga e as cores vermelho e preto, cuja camisa será semelhante ao modelo “papagaio-de-vintém utilizado pelo Flamengo carioca”.

O Atlético Bandeirante advém da antiga Associação Desportiva Comercial Bandeirante, clube fundado da junção de duas agremiações da cidade em 1994. Sua maior conquista foi o vice-campeonato candango em 2000, no qual foi derrotado para o Gama. O feito lhe rendeu a participação no Módulo Amarelo da Copa João Havelange (o equivalente a Série B) no mesmo ano.

Com a mudança do clube para Taguatinga a cidade passa a ter mais um representante no futebol do Distrito Federal ao lado do Brasiliense, e volta a ter um time que carrega seu nome, o que não ocorria desde 1999 quando o TEC encerrou suas atividades e se licenciou da Federação.

Tentamos entrar em contato com o presidente da agremiação Edmilson Marçal para saber maiores detalhes sobre o novo clube, mas não obtivemos retorno. O Atlético Taguatinga tem sua estréia programada para o dia 8 de agosto, diante do Dom Pedro, no estádio Serejão.

Escudo do Atlético Bandeirante, agora Atlético Taguatinga.

Escudo do Atlético Bandeirante, agora Atlético Taguatinga.

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As estatísticas sobre os portões fechados do Candangão 2015

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Chamou a atenção da mídia uma reportagem do Correio Braziliense que alertava para os seguintes números: Dos 42 jogos realizados pelo Candangão 2015 (deveriam ser 43 se não tivesse ocorrido o problema no jogo Cruzeiro x Santa Maria) apenas 17 puderam contar com público nas arquibancadas. Tal número representa que mais da metade dos jogos (25 no total) realizados pelo torneio foram de portões fechados.

Baseado nos números que foram trazidos à luz, tomei a iniciativa de verificar a tabela de jogos afim de extrair mais algumas curiosidades que podem dizer muito acerca da situação de indigência na qual se encontra o futebol do Distrito Federal a despeito de ter na mesma cidade o segundo maior estádio do país.

  • Todos os jogos de portões fechados foram realizados no Distrito Federal. Os estádios que se encontram em Goiás (Serra do Lago, em Luziânia e Diogão, em Formosa) e em Minas Gerais (Frei Norberto, em Paracatu) estão recebendo a torcida normalmente, sendo que os dois estádios goianos só reabriram recentemente após passarem por reformas;
  • Sete estádios já receberam jogos pelo Candangão 2015: quatro no Distrito Federal e três fora dele;
  • O Distrito Federal possui onze estádios de futebol atualmente:
    • Adonir Guimarães (Planaltina)
    • CAVE (Guará)
    • Augustinho Lima (Sobradinho)
    • Chapadinha (Brazlândia)
    • Serejão (Taguatinga)
    • JK (Paranoá)
    • Rorizão (Samambaia)
    • Abadião (Ceilândia)
    • Mané Garrincha (Brasília)
    • Metropolitana (Núcleo Bandeirante)
    • Bezerrão (Gama)
  • Destes, apenas os que estão em negrito receberam jogos;
  • Dos quatro relacionados apenas o Bezerrão conseguiu a liberação para receber torcida, dos demais apenas o Augustinho Lima conseguiu reabrir, mas foi apenas no jogo Sobradinho x Cruzeiro (ressaltando que quatro dias depois Formosa e brasiliense se enfrentaram no mesmo local e não contaram com torcida novamente).

Com relação específica ao Mané Garrincha:

  • Apesar de ter sido inaugurado com um jogo válido pelo Candangão (a final de 2013, vencida pelo Brasiliense) apenas SEIS jogos foram realizados no estádio contando com pelo menos um time do Distrito Federal em campo:
    • Brasiliense 3 x 0 Brasília (Candangão 2013)
    • Brasiliense 0 x 0 Gama (Candangão 2014)
    • Brasília 2 x 1 Paysandu (Copa Verde 2014)
    • Brasília 1 x 3 Sport (Copa do Brasil 2014)
    • Brasília 2 x 3 Luziânia (Candangão 2014)
    • Luziânia 0 x 1 Brasília (Candangão 2014)
  • Ou seja, de 23 clubes que disputaram todas as divisões do DF desde a inauguração do estádio apenas QUATRO puderam jogar em seu gramado (Brasília, Brasiliense, Gama e Luziânia);
  • Pela programação da tabela do atual campeonato só haverá mais dois jogos no local: as duas finais;
  • Outro jogo além desse provavelmente só ocorreria caso o Brasília mandasse sua partida válida pela Copa do Brasil no local a exemplo do que aconteceu em 2014, ou se o mesmo optasse por mandar algum jogo pela Copa Verde também lá (no ano passado jogou apenas na final).

A notícia chamou a atenção também por conta da decisão do Governo do Distrito Federal em utilizar o espaço para abrigar temporariamente algumas Secretarias de Estado. Além disso o único evento esportivo ocorrido na arena em 2015 foi um jogo beneficente relacionado a um evento da Igreja Universal do Reino de Deus.

Considerando que as primeiras ações que o GDF – “dona do Mané Garrincha” – tomou em 2015 relativas ao esporte demonstraram pouco interesse na promoção do esporte (cancelamento da Universíade e da Indy, cortes no patrocínio da Corrida de Reis e dos clubes, etc.)  a princípio este panorama demorará a mudar. A primeira fase já está acabando e liberar os laudos a esta altura não vale mais a pena. Resta torcer para que em 2016 os clubes se unam com antecedência para evitar que tudo se repita.

Brasilia, DF, Brasil, . (Foto: Andre Borges/ ComCopa)

Retrospectiva 2014: O Candangão das chuteiras e do novo campeão

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Que me perdoem aqueles que querem um futebol do DF cada vez mais valorizado, mas não tem como iniciar uma retrospectiva do que aconteceu nos gramados da capital sem citar seu episódio inaugural: o sumiço das chuteiras dos jogadores do Formosa justo na primeira partida do Candangão 2014, no dia 18 de janeiro diante do Brasília no Serejão. Nos momentos em que deveria estar sendo disputada a partida todos se questionavam o que havia acontecido com o ônibus do time goiano, cujo sumiço fez com que os jogadores, além de ficar sem seus calçados, tivessem que se locomover pro estádio de táxi. Passado o tempo limite para o clube se apresentar em campo o juiz deu a vitória ao Colorado por W.O.

Depois descobriu-se que o próprio motorista tinha sido responsável pelo sumiço do ônibus, com direito a coletiva de delegado para esclarecer o caso e tudo mais. Certo é que esse caso de polícia, além de contribuir para tumultuar a tabela do campeonato, deu uma amostra de quão conturbado seria o primeiro semestre dos clubes do Distrito Federal.

A princípio tudo foi correndo na mais santa paz, e logo de cara um time começou a se destacar na tabela: o Luziânia. O Azulino começou avassalador com uma sequência de 100% que logo o credenciou como um dos favoritos para o título. Os times tradicionais fizeram o que se esperava deles, Gama, Brasiliense, Brasília, Sobradinho e Ceilândia garantiram suas classificações sem maiores atropelos.

Chamou a atenção também a campanha do Santa Maria, que com uma campanha honesta garantiu a oitava posição na tabela, espantando qualquer ideia de que a Águia pudesse ir mal no campeonato por ter sido composto por jogadores do Gama no ano anterior. Na fase seguinte foi inevitável que sucumbisse diante do Luziânia.

Fica como nota negativa o rebaixamento da “dupla do rock” Legião e Capital, os dois rebaixados para a segunda divisão de 2015. Do Legião pouco pode se falar diante da campanha sofrível que teve no certame, porém o Capital investiu em estrutura e no papel tinha um elenco que prometia ir bem no campeonato, inclusive contando com a presença de Iranildo, em campo ficou devendo e acabou rebaixado junto com o Leão.

Tudo prometia correr bem em 2014 se não fosse uma coisinha que pegou todos de surpresa: a boa campanha dos representantes do Distrito Federal na Copa Verde – Brasiliense e Brasília – obrigou a Federação Brasiliense de Futebol a adiar diversas rodadas que contasse com a presença dos dois clubes, e complicou inclusive a achar uma data para remarcar o jogo das chuteiras (Brasília x Formosa) após decisão favorável ao Tsunami.

Aos trancos e barrancos a primeira fase foi encerrada e, por conta dos adiamentos provocados pela Copa Verde a FBF divulgou um cronograma de jogos que previa um intervalo de tempo de apenas dois dias entre as partidas dos mata-matas decisivos. Isso atingiu em cheio o Unaí/Paracatu, que estava mandando seus jogos no Estádio Frei Norberto, a mais de 200 km de Brasília.

Faltando 24h para o confronto entre Brasiliense x Unaí/Paracatu, a FBF anunciou a mudança do local de jogo para o estádio Serra do Lago, campo do Luziânia. Sem tempo hábil para preparar a logística da viagem o tricolor não compareceu ao compromisso e, naquele momento, a federação se deparava com outro W.O., e desta vez as consequências seriam terríveis.

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Um segundo jogo, no Serejão, chegou a ser disputado (terminando em 1 a 0 para o Jacaré), e os demais confrontos correram normalmente – passando Luziânia, Brasília e Sobradinho para a fase seguinte – porém o TJD/DF anulou o W.O. do jogo do Serra do Lago e por conseguinte a vitória amarela no Serejão. Como Brasília e Brasiliense acabaram por se encontrar na semifinal da Copa Verde o certame local ficou sem datas para se remarcar as partidas a curto prazo, paralisando o campeonato.

Os dois clubes só voltariam a se enfrentar duas semanas depois, e seus adversários acabariam ficando quase um mês parados sem jogar.

Quando as semifinais finalmente foram disputadas os torcedores foram brindados com dois embates emocionantes. O Luziânia se classificou diante do Sobradinho após um empate renhido no Augistinho Lima em 0 a 0 e decidiu no Serra do Lago abrindo o placar no primeiro tempo e fazendo um gol contra nos acréscimos do segundo pra deixar todos no estádio apreensivos.

E emoção mesmo veio do confronto entre Brasília e Brasiliense, partida que tinha como tempero a classificação colorada em cima do rival na Copa Verde. No primeiro jogo vitória vermelha por 1 a 0. Já no segundo muita gente enfartou, o Jacaré vencia por 2 a 1 até os 48 do segundo tempo quando um pênalti foi assinalado na área amarela. Clécio converteu e levou o time do avião para a decisão no Mané Garrincha.

O estádio que em pouco menos de um mês receberia partidas oficiais da Copa do Mundo de 2014 preparou uma festa para os dois finalistas. Do lado azul a empolgação de uma cidade inteira que via a grande chance de seu representante levantar sua primeira taça, do outro torcedores órfãos de grandes conquistas que vinham embalados na onda da vitória da Copa Verde e no meio o sorteio de um carro 0km incentivar a galera.

Brasilia, DF, Brasil, . (Foto: Andre Borges/ ComCopa)

Foi preciso poucos minutos para que um furacão azulino varresse o avião vermelho do mapa com três gols logo no primeiro tempo da primeira partida. O Colorado até conseguiu fazer a mesma quantidade de gols ao longo dos 180 minutos. Foi pouco. A vantagem – e a taça – eram merecidamente goianas.

Há muito tempo um título do Campeonato Brasiliense de Futebol não era tão festejado, curiosamente a população que festejou junto com seus heróis do relvado não era brasiliense, mas a lição de organização e de como cativar uma torcida eram sim para os brasilienses.

FBF divulga tabela detalhada do Candangão 2015

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Foi publicada na última quarta-feira no site da Federação Brasiliense de Futebol o regulamento específico e a tabela detalhada da primeira fase do Candangão 2015, bem como a data agendada para os confrontos das fases seguintes.

A torneio, tal como aconteceu no último certame, será aberto pelo Brasília, desta vez em confronto com a equipe do Samambaia, recém-promovido como campeão da segunda divisão local de 2014, no dia 24 de janeiro, um dia antes do acordado no Arbitral realizado no dia 26 de novembro último. Contudo as demais partidas da rodada ocorrerão normalmente no dia 25.

Alguns confrontos merecem destaque na tabela:

Luziânia x Brasília: 1º/2 em local a definir
Sobradinho x Gama: 1º/2 no Augustinho Lima
Brasília x Sobradinho: 4/2 no Serejão
Brasília x Brasiliense: 11/2 no Serejão
Gama x Brasília: 14/2 no Bezerrão
Luziânia x Formosa: 1º/3 no Serra do Lago
Ceilandense x Ceilândia: 1º/3 no Abadião
Ceilândia x Sobradinho: 11/3 no Abadião
Gama x Brasiliense: 15/3 no Bezerrão

Cinco times ainda não tem seus mandos de campo definidos na tabela: Luziânia, Samambaia, Cruzeiro, Paracatu e Formosa. Os dois times goianos fizeram plantio de nova grama recentemente em suas praças (Serra do Lago e Diogão) e estão dependentes de os mesmos estarem aptos até o início da competição. O Frei Norberto, estádio da cidade de Paracatu, passará por vistoria de uma comissão da Federação para ser liberado para utilização do clube da cidade. Já Sobradinho e Cruzeiro deverão utilizar os estádios do Serejão e do Abadião respectivamente.

Caso não tenhamos problemas com a tabela (e nem com chuteiras) ao longo do campeonato, o mesmo será definido nos dias 25 de abril e 2 de maio no Mané Garrincha.

O regulamento e a tabela podem ser conferidos clicando aqui.

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Gramado do Serra do Lago está sendo trocado visando as competições de 2015.

UPDATE: Ontem à noite a Federação divulgou errata a respeito do jogo Brasília x Samambaia, informando que diferente do que conta na tabela o jogo ocorrerá no domingo, ou seja, junto dos demais jogos da rodada.

Os representantes candangos na Copa do Brasil

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Nesta quarta a CBF divulgou a lista dos 87 clubes credenciados a disputar a Copa do Brasil 2015. 71 clubes se classificaram pelos campeonatos estaduais, sendo que dois deles – Atlético Acreano e Real Noroeste-ES – irão disputar uma espécie de Pré-Copa para se juntar aos demais na primeira fase. Outros 10 se credenciaram à disputa pelo Ranking da CBF.

Os dez que chegarem até às oitavas de final se juntarão aos clubes que disputaram a Libertadores (Atlético-MG, Corinthians, Cruzeiro, Internacional e São Paulo) e ao Fluminense, melhor colocado no Brasileirão após estes clubes).

Como esperado o Distrito Federal ficou com duas vagas. Luziânia, campeão brasiliense de 2014, e Brasília, vice-campeão, serão os representantes da capital federal.

Lembrando que não é a primeira vez que um time de Goiás representa o DF na competição, o próprio Luziânia disputou o torneio em 2013 e saiu invicto após dois empates sem gols diante do Fortaleza.

Você pode ver a lista dos clubes participantes clicando aqui.

A tabela com os confrontos deve ser divulgada no mês que vem, bem como as datas de estréia de cada um.