Marcado: Candangão 2015
A volta dos saldos altos – Resumo da quinta rodada da Segundona Candanga

Atlético Taguatinga, de camisa nova, reassumiu a liderança.
Após os tropeços da semana passada as equipes de Atlético Taguatinga e Paranoá voltaram a espichar o saldo de gols e, com isso, voltaram a figurar na zona de classificação. Apesar disso a dupla não conseguiu se isolar e estão sendo seguidos de perto pela dupla de Planaltinas (do DF e de GO), que, apesar do empate entre as duas equipes estão ali, esperando um tropeço para pegar uma das vagas para a elite.
Ali no meio da tabela estão aqueles que almejam entrar nessa briga do topo. Até tem time para brigar por uma das vagas, mas tropeçaram quando não podiam e se afastaram do topo. Destaque para Guará e Bolamense, o primeiro perdeu um jogo contra um adversário teoricamente fácil (Capital) e se reabilitou na rodada seguinte (Botafogo-DF) enquanto o segundo chegou a estar na zona de acesso, porém perdeu duas seguidas para adversários diretos (Planaltina-DF e Taguatinga) e foi jogado para a sexta posição.
A briga pela elite não deve sair destes clubes, tendo os quatro do primeiro parágrafo como favoritos e os outros dois do segundo correndo por fora. Os demais devem ser relegados a cumprir tabela e isso inclui CFZ e Brazlândia, que venceram na última rodada e se aproximaram do bolo, mas quando ambos enfrentarem os favoritos a realidade deve voltar a bater a porta.
Em campo chamou a atenção não o bom futebol apresentado pelas equipes, mas o péssimo estado dos gramados utilizados, coisa que pelo visto teremos que ficar batendo na tecla a toda crônica escrita aqui. O Augustinho Lima em especial chamou bastante a atenção pelo fato de que os jogadores de Legião e Paranoá não conseguirem dar piques sem levantar bastante poeira.

Futebol de areia no Augustinho Lima.
Se serve de alento tivemos a boa notícia da reabertura do Abadião para a torcida, aliás, o estádio da Ceilândia virou um oásis na cidade: gramado impecável, festa nas arquibancadas… pra ficar melhor só falta construir um novo lance de arquibancadas na lateral dos bancos de reservas e transferir as tribunas para lá (como acontece nos estádios padrão Fifa).
Chegamos quase à metade do campeonato e tudo indica que a briga para jogar na elite em 2016 deve esquentar ainda mais, principalmente quando os ponteiros começarem a se enfrentar. Vai valer a pena aguardar pra conferir, diferente do que pensam os detratores do futebol da cidade, mas isso é assunto para outro post.
A dificuldade de se fazer prognósticos – Resumo da terceira rodada da Segundona Candanga

Bruno, Gazito, Bahia e Alisson celebram a vitória e a liderança.
Após dois cinco a zero aplicados pelo Atlético Taguatinga os prognósticos apontavam para um percurso de campeonato sem grandes percalços numa segurança que lembraria a campanha do Samambaia na última edição do torneio, que foi conquistado pela equipe auriverde quase sem dificuldade. Brazlândia e Dom Pedro não foram páreo para o novo rubro-negro da cidade e colaboraram para que o até então líder abrisse um saldo de dez gols em apenas duas rodadas.
Enquanto isso o Guará, que tem feito uma bela campanha de divulgação do clube, chamando a cidade para empurrar o time rumo ao retorno à elite (do jeito que dá já que os portões continuam fechados para a torcida), ainda não havia mostrado a que veio. Jogou bem diante do mesmo Dom Pedro que seria goleado na semana seguinte, mas não soube aproveitar as oportunidades que teve e saiu com um empate sem gols. Aí no meio da semana veio o tropeço diante do Bolamense e o descrédito quanto ao sucesso do Lobo começaram a surgir.
Mas nada como uma vitória diante do líder para reforçar a auto-estima das pessoas. Apesar do domínio rubro-negro durante boa parte do jogo e o gol no início do segundo tempo o Guará buscou a virada e conquistou sua primeira virada na competição, que deve fornecer a confiança necessária ao elenco do jovem Pedro Granato para o restante da competição.
Com esta derrota do Taguatinga a liderança passou ao Planaltina-GO, que na manhã do mesmo dia marcou um gol relâmpago e segurou o placar (na verdade poderia ter saído com um placar mais elástico) até o final, se consolidando assim como a única equipe que continua 100% na competição, mostrando que o Tigre vem mesmo como um dos favoritos ao acesso. O Paranoá teve seu primeiro tropeço e seu jovem elenco já terá a oportunidade de se reabilitar diante do Dom Pedro, já que o jogo será mais ameno do que na partida do último domingo.

Planaltina-GO x Paranoá
No sábado tivemos o único empate da rodada, entre Dom Pedro e Botafogo. O time dos bombeiros marcou um gol importante e tinha tudo pra sair com a vitória, mas vacilou no pênalti cometido que permitiu ao Alvinegro empatar a partida próximo de seu fim. A essa altura do campeonato já é possível afirmar que aparentemente ambos não terão grandes pretensões no certame.

Dom Pedro x Botafogo-DF
Em outra partida mostrou-se a importância do entrosamento de uma equipe para o sucesso na competição. O Bolamense está disputando a competição com a base do Cruzeiro, que por mais que tenha feito uma campanha modesta na elite agora coloca o time grená na zona de acesso pois são jogadores que se conhecem e tem um tempo de preparação razoável. Isso fez diferença nos dois últimos dois jogos, onde venceu Guará e Brazlândia respectivamente, a conferir como a equipe se sai contra os demais postulantes diretos à vaga na primeira divisão do ano que vem.
Um deles, além dos que foram destacados acima é o Planaltina, que em seu retorno ao lar aproveitou bem as limitações do adversário e com a vitória voltou ao páreo ao vencer o CFZ pelo bom placar de 3 a 0, se recuperando do baque da derrota para o Taguatinga. Isso se mostra suficiente para deixar eletrizante o primeiro encontro entre as duas Planaltinas no futebol profissional que ocorrerá no próximo fim de semana.
Por fim o Clássico do Rock, sem o glamour de quando as duas equipes estavam em evidência (ambos foram recém rebaixados) mas com uma rivalidade de bastidores (os respectivos presidentes eram desafetos até pouco tempo atrás) o Legião se saiu melhor tanto no primeiro tempo onde houve um equilíbrio quanto no segundo onde, estando atrás no placar, o Capital pressionou atrás do prejuízo. Porém mesmo com a vitória a parada será duríssima caso o time laranja queira pretender alguma coisa no certame.
Aqui não há tempo de respirar, nesta quarta e quinta já começa a quarta rodada e as coisas começam a clarear ainda mais com relação a quem tem futuro na competição e quem vai passar a cumprir só tabela.
E o blog torce para que as partes responsáveis pela manutenção e liberação dos estádios se entendam urgentemente, pois os portões fechados vão matar o que resta do futebol profissional no DF. Polícia Militar? Bombeiros? Administrações Regionais? Federações? Clubes? Não interessa quem, mas alguém faça algo para que a torcida possa entrar e prestigiar o futebol local. Não subestimem a força do certame… senão é melhor se preparar para ter de cuidar de outro esporte na vida.
Briga de foice sem testemunhas – Resumo da primeira rodada da Segundona Candanga
Já ouviu aquela pergunta “Se uma arvore cai numa floresta e não tem ninguém por perto, ela faz barulho?”? Infelizmente foi a sensação que deixou a primeira rodada do Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão. Depois de quase dois meses da primeira data prevista para começar finalmente a bola rolou para os aspirantes por um lugar na elite do futebol distrital. Contudo, depois de todos os esforços realizados para que se tivesse a disponibilidade das praças esportivas para que se recebesse os jogos com torcida – e olha que teve bastante gente e instituições envolvidas, foi divulgado na noite da véspera do pontapé inicial que nenhum jogo da primeira rodada poderia contar com espectadores. Uma ducha de água fria em quem estava empolgado para acompanhar o certame.
E não se pode aqui subestimar a quantidade de interessados em assistir o torneio só por se tratar de uma divisão de acesso. O Guará mesmo, que enfrentaria o Dom Pedro no Serejão (o que já é um prejuízo visto que o time não pode contar com o Cave), anunciou fartamente a venda de ingressos e ações promocionais para atrair a torcida e no fim das contas acabou sendo tudo inútil. Não tem como atrair investidores pra um futebol que ninguém vê além dos jogadores, arbitragem e imprensa.
Mas vamos falar de bola rolando que é o que interessa. Se a primeira impressão é a que fica, os clubes meio que puderam mostrar cada um a que veio, obviamente considerando que alguns elencos ainda podem evoluir ao longo do campeonato. Nesse quesito o elenco aurinegro do Guará mostrou que tem qualidade no passe e consegue avançar para a área em velocidade, só faltando saber como finalizar. OK que o Dom Pedro demonstrou exaustão ainda no primeiro tempo, mas no segundo mostrou capacidade de se recompor e ameaçar a empolgação do Lobo por meio de contra-ataques perigosos.
Neste período de seca é importante que a FBF evite marcar jogos nesse horário das 10h. Os jogadores sofrem além da conta com o clima seco e o sol a pino e isso compromete o desempenho de todos no gramado.
Na tarde de sábado ocorreu a partida que era pra ser no Mané Garrincha, mas acabou no Bezerrão. Até mesmo por conta da mudança repentina não foi emitido alvará e Legião e Planaltina-GO jogaram sem público. O time goiano soube aproveitar dos bons momentos que teve durante o jogo e venceu o time roqueiro por 2 a 0, iniciando a disputa com o pé direito.
Aliás, sábado foi o dia dos Planaltinas. Na mesma hora no Abadião o Planaltina-DF voltava a uma competição oficial após 20 anos de inatividade, e voltou com o pé direito. Apesar do Capital, que foi umas das últimas equipes a se reunir para o torneio, ter aberto o placar e assustado o adversário o time alvirrubro teve paciência para virar a partida com belos gols e construir a vitória por 3 a 1. Se falta habilidade aos jogadores do Galo, sobra disposição, e isso pode ser decisivo nas pretensões do time em busca do acesso.

O Planaltina EC está de volta.
No dia seguinte todos os jogos foram á tarde, e duas carretas – uma rubro-negra e a outra auri-anil – saíram desembestadas atropelando seus adversários. O estreante Atlético Taguatinga (Ex-Atlético Bandeirante) sapecou em sua primeira partida com a nova identidade uma goleada de 5 a 0 em cima do Brazlândia. Jogadores conhecidos como Edicarlos e Alcione deixaram sua marca e mostraram quais as armas que o novo time tem para ter sucesso no campeonato.
Já a fórmula do Paranoá é outra. Utilizando a a base do Brasília que se sagrou campeão de juniores neste ano e que se prepara para disputar a Copa São Paulo a Cobra Sucuri já começou no certame abocanhando sua primeira vítima goleando o CFZ também por 5 a 0. Se o trabalho nas categorias de base do Colorado continuar com o nível de excelência habitual o Paranoá é um grande favorito ao título.
O jogo que encerrou a rodada teve uma situação inusitada: O Botafogo-DF vencia o Bolamense por 1 a 0 quando o lateral esquerdo alvinegro Max sofreu um choque e teve que ser levado pela ambulância da partida. A partida só foi retomada após 40 minutos quando o veículo retornou ao Abadião. No fim o Bolamense arrancou o empate aos 40 minutos do segundo tempo e levou pelo menos um ponto pra casa.
O que ficou demonstrado ao fim da rodada é que a briga para estar na elite candanga vai ser acirrada, uma briga de foice duríssima. Os times que venceram já se apresentam como favoritos, mas os que empataram – principalmente o Guará – ainda terá tempo para mostrar serviço.
Como a competição durará pouco mais de um mês já terá rodada nesta quarta-feira novamente, mas infelizmente todos os jogos serão no fatídico horário de 15:30. Fica aqui a torcida do blog para que todos os agentes envolvidos na manutenção e liberação dos estádios finalmente venham a falar a mesma língua. Ouvimos promessas de representantes da FBF que pelo menos Abadião e Serra do Lago estariam prontos, então fiquemos a conferir.
Jogos da próxima rodada:

Atlético Bandeirante vira oficialmente Atlético Taguatinga
Colaborou Lucas Bolzan
Este será o escudo de um novo clube que irá debutar na segunda divisão do Distrito Federal. O Clube Atlético Bandeirante dará lugar ao Clube Atlético Taguatinga. O último passo para efetivar a mudança de nome (que também implica na mudança da cidade-sede do clube) já foi realizado: A CBF e a FBF homologaram o novo nome da agremiação, tanto que o clube já consta na tabela da Segunda Divisão que foi divulgada na semana passada.
Especulava-se, desde que se começou a ventilar a mudança de nome, que o clube do Núcleo Bandeirante adotasse o nome, símbolos e cores do antigo Taguatinga Esporte Clube, visto que houve – e há – varias tentativas de reativar o clube que já foi cinco vezes campeão do DF. Por fim o clube adotou o nome de Clube Atlético Taguatinga e as cores vermelho e preto, cuja camisa será semelhante ao modelo “papagaio-de-vintém utilizado pelo Flamengo carioca”.
O Atlético Bandeirante advém da antiga Associação Desportiva Comercial Bandeirante, clube fundado da junção de duas agremiações da cidade em 1994. Sua maior conquista foi o vice-campeonato candango em 2000, no qual foi derrotado para o Gama. O feito lhe rendeu a participação no Módulo Amarelo da Copa João Havelange (o equivalente a Série B) no mesmo ano.
Com a mudança do clube para Taguatinga a cidade passa a ter mais um representante no futebol do Distrito Federal ao lado do Brasiliense, e volta a ter um time que carrega seu nome, o que não ocorria desde 1999 quando o TEC encerrou suas atividades e se licenciou da Federação.
Tentamos entrar em contato com o presidente da agremiação Edmilson Marçal para saber maiores detalhes sobre o novo clube, mas não obtivemos retorno. O Atlético Taguatinga tem sua estréia programada para o dia 8 de agosto, diante do Dom Pedro, no estádio Serejão.

Escudo do Atlético Bandeirante, agora Atlético Taguatinga.
O 11º título para o 12º jogador – Gama Campeão Candango de 2015
Esta crônica poderia começar mencionando os três gols que deram uma grande vantagem ao Gama no confronto contra o Brasília no primeiro jogo das finais do Candangão 2015. Poderia falar também da expulsão do zagueiro Dudu que quase pôs tudo a perder para o seu time e que incendiou os jogadores colorados na segunda partida. Ou poderia falar do golaço de Rafael Grampola que sacramentou a conquista alviverde, que pôde voltar a dar a volta olímpica após doze anos de jejum – É o décimo primeiro titulo do clube, maior campeão do futebol do Distrito Federal.
Dentro das quatro linhas os dois times faziam uma partida relativamente equilibrada até meados da segunda etapa do primeiro jogo, quando a defesa do Brasília desmoronou na bola alta que Grampola escorou para dentro das redes abrindo o marcador. Após isso os outros dois gols vieram naturalmente como um boxeador que massacra um adversário atordoado.
No segundo jogo a expulsão de Dudu, que substituía Pedrão na zaga gamense, logo aos três minutos de jogo foi a fagulha de esperança que o Time do Avião precisava para acreditar que a virada era possível, e assim começou o bombardeio vermelho que fez com que o segundo jogo se desenrolasse só de um lado do campo. Quem acabou se destacando foi o sistema defensivo alviverde que conseguiu se recompor e controlar o ímpeto do adversário, contando também com a má pontaria dos atacantes.
A cereja do bolo veio nos acréscimos quando o goleiro Pereira mandou a bola pra Grampola, que pegou em cheio com o pé esquerdo e encobriu Artur, ali tinha início a festa do título do Periquito, que voou mais alto que o Avião no Mané Garrincha.
Todos estes acontecimentos foram inquestionavelmente importantes, mas o principal personagem desta final estava do lado de fora das quatro linhas. A festa realizada pela torcida dos dois times nestes dois sábados foi algo espetacular, e obviamente a torcida do campeão, que se encontrava em maior número, teve destaque maior, e por motivos que iremos elencar neste texto.
Infelizmente a grande marca da competição deste ano foi a quantidade de jogos com portões fechados, pois três dos sete estádios utilizados na competição (sem contar o Mané Grrincha que só foi utilizado na final) não foram liberados pelas autoridades para receber torcida, e dos quatro restantes dois deles (Diogão e Serra do Lago) só começaram a receber partidas próximo do fim da primeira fase.
O único estádio do DF que recebeu torcida do início ao fim foi o Bezerrão. E o Gama soube como ninguém como usar este fator a seu favor. Com uma campanha de marketing que conclamava a torcida a chegar junto com o time realizada desde o fim do ano passado a mesma atendeu o chamado e foi aos poucos aumentando de número nas arquibancadas, contrastando com o cimento vazio dos demais jogos. A presença no estádio nos primeiros jogos só não foi maior porque nestes doze anos de jejum a torcida foi ficando cada vez mais cética com relação as promessas de boas campanhas de seu time, e o medo de se decepcionar ao final novamente ainda prevalecia.
Foi a partir do início da fase eliminatória que a torcida se tornou em definitivo o décimo segundo jogador. Com mobilizações nas redes sociais a galera promoveu excursão pra Formosa, recepção para os jogadores, escudos para erguer nas arquibancadas, entre outras coisas que ajudaram a inflamar as arquibancadas. A torcida acreditava cada vez mais que este ano a taça não escapava.
Quando o Mané finalmente se abriu para o futebol do DF chegou a hora de provar para aqueles que não acreditam no futebol do DF que a torcida alviverde, junto com a colorada, era capaz sim de encher a arquibancada do colosso da Copa. Dito e feito, mesmo com a arquibancada superior fechada, na parte de baixo os gritos de “Pra cima Gamão!” do lado verde e de “Eu acredito!” do lado vermelho ecoaram no gigante e,como tudo aquilo sendo televisionado para toda a cidade, com certeza deixou muita gente com vontade de ir pro estádio no ano que vem.
Na verdade não vai ser necessário esperar tanto tempo. Com o título candango o Gama vai disputar o Campeonato Brasileiro da Série D no segundo semestre e este será o momento da torcida manter a mesma pegada que manteve até agora para que este elenco, que mostrou qualidade e poder de superação durante todo o torneio, leve o representante do DF para o título e para a Série C que garantirá ao alviverde calendário para todo o ano de 2016.
E para os demais times, em especial o Brasília que fez uma bela campanha e mesmo não tenho levantado a taça mostrou que se mantém numa constante, fica a lição e o roteiro de como chegar lá. Que a décima primeira taça seja o estopim para que os demais times valorizem e comecem logo a cativar o décimo segundo jogador, consolidando de vez o Novo Futebol Candango.
A final que todos esperavam. O momento que todos esperavam.
Enfim chegou o grande momento! Desde que o Campeonato Brasiliense de 2015 começou que os torcedores ansiavam pela chegada da grande decisão e da definição dos grandes contendores desta edição do torneio.
66 jogos foram disputados, sendo que um deles durou pouco mais de um minuto. Um jogo não foi realizado porque o mandante não reservou a praça esportiva. 139 gols foram marcados, o que dá uma média de 2,13 gols por partida se não contarmos a partida-relâmpago da primeira rodada.
Por fim duas equipes se credenciaram para atravessar o túnel que dá acesso ao gramado do Estádio Mané Garrincha e brigar pelo troféu da quadragésima edição do Campeonato Brasiliense de Futebol*.
Brasília Futebol Clube x Sociedade Esportiva do Gama.
Este confronto já decidiu o Candangão em três oportunidades: 1979, 1995 e 1997. Em todas quem levou a melhor foi o Periquito.
Houve também um episódio especial: em 1980 o campeonato tinha três turnos, no qual um time só seria campeão de um deles se abrisse dois um mais pontos para o segundo colocado. O Brasília não conseguiu fazê-lo no segundo turno e teve que jogar uma “final” contra o Gama, onde acabou vencendo por 2 a 0. O Colorado acabou vencendo todos os turnos e assim ganhou sua quarta taça de forma invicta.
O Colorado Candango vem de uma campanha de oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota (esta justamente para o agora finalista Gama na sexta rodada). Marcou 21 gols e tomou 9, ou seja, tem saldo de 12. Tem como destaque o meia Héverton, jogador que estreou no meio da competição e marcou seis gols até o momento, dividindo a liderança da artilharia com mais três jogadores.
Enfrentou o Luziânia em dois jogos. Em ambos o placar foi o mesmo- 1 a 1 – e como a vantagem era colorada o Time do Avião foi para a final. Outra marca do confronto foi o equilíbrio entre as duas equipes, com esquemas táticos e estilo de jogadores parecidos, o que demonstrou a evolução do Luziânia no mata-mata – evolução essa que permite dizer que se o Azulino passasse faria com que a final tivesse um participante tão merecedor quanto o classificado final.
O Gamão do Povão também possui oito vitórias, porém tem dois empates e quatro derrotas, alguma delas doídas como a da última rodada contra o Cruzeiro que lhe custou a liderança e a vantagem do empate. Marcou 14 gols e tomou 8, possuindo saldo de 6. O volante Baiano é um dos principais jogadores do time que tem outros destaques como o atacante Thiago Miracema, um dos jogadores que estão empatados no topo da lista de artilheiros.
A classificação alviverde adveio de dois confrontos nervosos, como é típico dos clássicos. No Serejão o Brasiliense tinha mais presença de ataque e jogava mais cadenciado enquanto o Gama investia em toques rápidos para chegar à área adversária. Foi desse modo que surgiram os dois gols alviverdes que o deram uma grande vantagem para o jogo de volta, vantagem essa que certamente afetou o desempenho do Jacaré, ainda mais no caldeirão que se formou no Bezerrão. A vitória amarela pelo placar mínimo não estragou a festa da torcida gamense pela volta a uma final após quatro anos.
Agora as duas melhores campanhas do campeonato medem forças no maior palco do futebol do DF. O estádio que sediou a Copa do Mundo de 2014 finalmente será palco de uma partida oficial em 2015, e o fato se torna ainda mais especial pelo fato de se tratar de um confronto tão tradicional da cidade – é motivo mais do que suficiente para que todos os amantes do futebol da capital federal esgotem os ingressos e mostrem a todos aqueles que não acreditam no potencial do futebol do DF que o Mané Garrincha não nasceu para ser um “elefante branco”.
*Contagem que considera apenas a fase profissional do torneio, iniciada em 1976.
Não há mais espaço para erros – Resumo da rodada de ida das Quartas de Final do Candangão 2015
O que dizer do início das quartas de final do Candnagão 2015? Pelo menos nas arquibancadas, a exceção do Sobradinho que jogou longe dos seus domínios, houve uma boa presença das torcidas nas arquibancadas abrilhantando a festa do torneio local, como que saudando a fase em que um erro pode significar o fim de 2015 ainda em abril.
Dos quatro clubes que possuem a vantagem de passar com igualdade no resultado dos dois jogos apenas o Brasília saiu com vitória – convincente diga-se de passagem diante do Paracatu, que por mais que não tenha ficado numa boa posição na tabela estava invicto no Frei Norberto em 2015 (3 vitórias e 1 empate). O 3 a 1 teve como destaque o atacante Giba, que fez o terceiro gol de sua equipe em sua primeira partida após o retorno ao Colorado. O resultado dá ao Brasília a vantagem de perder por até dois gols de diferença para ir às semifinais, uma situação confortável para um equipe que foi crescendo ao longo do campeonato e que chega com moral para o duelo com o Náutico na quinta pela Copa do Brasil.
O Gama entrou em campo no Diogão no mesmo horário com o favoritismo de quem passou a maior parte da primeira fase na liderança da tabela e diante de um Formosa que não pontuava havia mais de um mês. Esse favoritismo, que durante boa parte do primeiro tempo foi visível apesar de não ter resultado em gol, caiu por terra em três lances:
1 – Galhardo investiu de maneira imprudente contra um adversário, tomou vermelho direto e deixou sua equipe com um a menos;
2 – Daniel recebeu a bola de cara pro gol e com o goleiro batido, e conseguiu chutá-la pra fora do estádio (no sentido figurado);
3 – No lance seguinte Pereira cometeu pênalti na grande área, o mesmo foi convertido e deu a vitória ao tsunami.
E assim o Formosa reverteu a vantagem do empate para si e encheu a torcida de esperança para o jogo de volta.
Curioso foi o que o destino reservou este ano para Luziânia e Ceilândia. Os dois times se enfrentaram na última rodada da primeira fase quase que cientes de que se reencontrariam no mata-mata. Naquela ocasião o Gato Preto saiu com a vitória e com a vantagem de dois resultados iguais. No reencontro no mesmo bathorário e mesmo batlocal o Azulino se impôs na partida e venceu o Gato Preto por 2 a 1, podendo agora enpatar na próxima partida no Abadião para seguir na competição, no único confronto previsto para o próximo final de semana com portões fechados. A vitória do jeito como foi concebida dá a entender que o Luziânia é favorito, mas isso é ilusório – os dois times estão em equilíbrio de forçar e vai passar quem vacilar menos em campo, ou seja, quem entrar mais afiado passa.
Já equilíbrio na partida entre Sobradinho e Brasiliense no Bezerrão ficou só na igualdade no placar. O Jacaré dominou a partida, mas perdeu um caminhão de gols e não soube impôr tal vantagem nem mesmo após a expulsão de Agenor, que deixou o Leão da Serra em desvantagem numérica em campo. Os artilheiros Laécio e Kiros adiaram seu duelo particular para o próximo domingo, no qual a torcida anseia que os dois atacantes estejam com a pontaria mais calibrada. Duelo em aberto.
A emoção correu solta neste domingo e todos estão ansiosos pelos jogos de volta, mas havia uma preocupação com relação ao horário das partidas – que originalmente estavam agendadas para quarta-feira. Pra galera que está na bronca com a Federação uma notícia tranquilizadora: três dos quatro jogos foram antecipados para o fim de semana.
Ceilândia x Luziânia – Sábado às 16h
Gama x Formosa – Domingo às 16h
Brasiliense x Sobradinho – Domingo às 16h
Somente Brasília x Paracatu foi mantido no dia 8 por conta da participação do Colorado na Copa do Brasil na próxima quinta, ou seja, são ossos do ofício.
Para os demais a festa no final de semana está garantida, não será a jornada de trabalho que atrapalhará a torcida da galera.