A dor de mais um insucesso do futebol do DF
A eliminação do Gama da Série D do Brasileirão com o empate sem gols contra o Botafogo-SP fechou o ano em que o Alviverde, excetuando a reconquista do título máximo do futebol do Distrito Federal, ficou marcado por desclassificações com requintes de crueldade. Na Copa São Paulo de Futebol Junior os meninos do Periquito fizeram excelente campanha, mas ficaram de fora da fase seguinte por conta dos cartões amarelos. Na Granada Cup, que só tinha dois jogos, os dois alviverdes do Centro-Oeste (o outro era o Goiás) terminaram com a mesma quantidade de pontos, mas o que decidiu o título a favor do Esmeraldino foi um cartão vermelho tomado por Dudu Gago no confronto entre as duas equipes.
Foi o mesmo roteiro no último domingo, onde ao fim do jogo o time candango e o paulista terminaram com a mesma pontuação, mas com a Pantera avançando na competição por ter três gols de saldo a mais do que o Periquito.
O fator que foi decisivo para a classificação de um e a eliminação de outro tem nome e sobrenome: Villa Nova Atlético Clube. O time mineiro terminou na última colocação geral da competição com apenas três pontos conquistados, oriundos de uma única vitória conquistada contra alguém que todos que estão lendo este texto sabem quem foi.
Enquanto isso o Botafogo quando recebeu o Villa em casa lhe aplicou um 5 a 1 sem dó nem piedade.
Insucessos na competição nacional que garante aos quatro primeiros um calendário completo para o ano seguinte viraram rotina para o futebol do Distrito Federal, que teve com último acesso de um clube local a dupla promoção de Brasiliense e Gama no já longínquo 2004 quando o primeiro subiu à Série A como campeão da B e o segundo subiu à B como vice da C. De lá pra cá ambos vieram ladeira abaixo e acabaram sem divisão.
Não preciso nem mencionar todos os outros times que tentaram seguir o mesmo caminho da dupla Verde-Amarela que não passaram sequer da primeira fase da divisão inferior do Futebol Brasileiro, virou meio que um tabu a conquista de um lugar ao sol no cenário nacional diante de tantos insucessos.
O exemplo do Gama evidenciou mais uma vez: não há margem para erros na Série D. Nenhum. Diferente do Candangão que você tem de dez a onze jogos para ganhar uma entre oito vagas, na Série D são só duas vagas, disputadas entre campeões estaduais de todo o país que se encontram em nível mais ou menos parelho, por isso os detalhes são tão mais importantes.
Percebam, não estou criticando a campanha do Gama, pois o time achou um bom jogador de frente (Jonatan Reis) que será de grande valia no ano que vem na busca pelo bi distrital. O time tinha lá suas falhas mas estava longe de ser ruim, tanto que se tivesse vencido o Villa jogaria contra o CRAC podendo alcançar a liderança para folgar descansado quanto às chances de classificação.
Não pode haver desmanche da base e jogar fora todo o planejamento construído no primeiro semestre que culminou com o título local. obviamente algumas peças, principalmente as contratações que não acrescentaram ao elenco como Luan e Carlos André. Alekito não agradou a torcida, mas por conta de seu histórico pode ser dada uma chance para que, entrosado com os demais, possa reencontrar seu bom futebol. No fim fica o registro de que os que chegaram não conseguiram suprir a ausência daqueles que saíram, principalmente Lenílson e Tiago Gaúcho.
Não sabemos ainda quem ganhará o Candangão ano que vem, mas seja lá quem for tem que investir na competição como se fosse a mais importante de sua vida, e cada jogador deve agir como dizia Neném Prancha: como se a bola fosse um prato de comida.
Ao Gama resta a oportunidade fazer boa campanha na Copa Verde de 2016 e buscar trilhar o caminho que o Brasília está seguindo nesse momento em que disputa a Sul-Americana e tem todos os holofotes apontados para si.
Mas não custa lembrar, inclusive a esse mesmo Brasília: Se a Série D é de tiro curto, a Copa Verde por ser mata-mata é de tiro curtíssimo.
Fica como maior herança de 2015 a saga da torcida alviverde para primeiro empurrar o time em busca do fim do jejum e depois para seguir o time em Xerém, Nova Lima, Catalão e Ribeirão Preto. Essa garra não pode esmorecer com o insucesso gamense e tem que permanecer no ano que vem, para que se consolide a idéia na cidade de que o DF tem sim futebol, independente do que se conquista ou não.
P.S.: O editor deste blog esteve muito ocupado no trabalho e pede desculpas aos leitores pelo atraso no texto.