O 11º título para o 12º jogador – Gama Campeão Candango de 2015

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Esta crônica poderia começar mencionando os três gols que deram uma grande vantagem ao Gama no confronto contra o Brasília no primeiro jogo das finais do Candangão 2015. Poderia falar também da expulsão do zagueiro Dudu que quase pôs tudo a perder para o seu time e que incendiou os jogadores colorados na segunda partida. Ou poderia falar do golaço de Rafael Grampola que sacramentou a conquista alviverde, que pôde voltar a dar a volta olímpica após doze anos de jejum – É o décimo primeiro titulo do clube, maior campeão do futebol do Distrito Federal.

Dentro das quatro linhas os dois times faziam uma partida relativamente equilibrada até meados da segunda etapa do primeiro jogo, quando a defesa do Brasília desmoronou na bola alta que Grampola escorou para dentro das redes abrindo o marcador. Após isso os outros dois gols vieram naturalmente como um boxeador que massacra um adversário atordoado.

No segundo jogo a expulsão de Dudu, que substituía Pedrão na zaga gamense, logo aos três minutos de jogo foi a fagulha de esperança que o Time do Avião precisava para acreditar que a virada era possível, e assim começou o bombardeio vermelho que fez com que o segundo jogo se desenrolasse só de um lado do campo. Quem acabou se destacando foi o sistema defensivo alviverde que conseguiu se recompor e controlar o ímpeto do adversário, contando também com a má pontaria dos atacantes.

A cereja do bolo veio nos acréscimos quando o goleiro Pereira mandou a bola pra Grampola, que pegou em cheio com o pé esquerdo e encobriu Artur, ali tinha início a festa do título do Periquito, que voou mais alto que o Avião no Mané Garrincha.

Todos estes acontecimentos foram inquestionavelmente importantes, mas o principal personagem desta final estava do lado de fora das quatro linhas. A festa realizada pela torcida dos dois times nestes dois sábados foi algo espetacular, e obviamente a torcida do campeão, que se encontrava em maior número, teve destaque maior, e por motivos que iremos elencar neste texto.

Infelizmente a grande marca da competição deste ano foi a quantidade de jogos com portões fechados, pois três dos sete estádios utilizados na competição (sem contar o Mané Grrincha que só foi utilizado na final) não foram liberados pelas autoridades para receber torcida, e dos quatro restantes dois deles (Diogão e Serra do Lago) só começaram a receber partidas próximo do fim da primeira fase.

O único estádio do DF que recebeu torcida do início ao fim foi o Bezerrão. E o Gama soube como ninguém como usar este fator a seu favor. Com uma campanha de marketing que conclamava a torcida a chegar junto com o time realizada desde o fim do ano passado a mesma atendeu o chamado e foi aos poucos aumentando de número nas arquibancadas, contrastando com o cimento vazio dos demais jogos. A presença no estádio nos primeiros jogos só não foi maior porque nestes doze anos de jejum a torcida foi ficando cada vez mais cética com relação as promessas de boas campanhas de seu time, e o medo de se decepcionar ao final novamente ainda prevalecia.

Foi a partir do início da fase eliminatória que a torcida se tornou em definitivo o décimo segundo jogador. Com mobilizações nas redes sociais a galera promoveu excursão pra Formosa, recepção para os jogadores, escudos para erguer nas arquibancadas, entre outras coisas que ajudaram a inflamar as arquibancadas. A torcida acreditava cada vez mais que este ano a taça não escapava.

Quando o Mané finalmente se abriu para o futebol do DF chegou a hora de provar para aqueles que não acreditam no futebol do DF que a torcida alviverde, junto com a colorada, era capaz sim de encher a arquibancada do colosso da Copa. Dito e feito, mesmo com a arquibancada superior fechada, na parte de baixo os gritos de “Pra cima Gamão!” do lado verde e de “Eu acredito!” do lado vermelho ecoaram no gigante e,como tudo aquilo sendo televisionado para toda a cidade, com certeza deixou muita gente com vontade de ir pro estádio no ano que vem.

Na verdade não vai ser necessário esperar tanto tempo. Com o título candango o Gama vai disputar o Campeonato Brasileiro da Série D no segundo semestre e este será o momento da torcida manter a mesma pegada que manteve até agora para que este elenco, que mostrou qualidade e poder de superação durante todo o torneio, leve o representante do DF para o título e para a Série C que garantirá ao alviverde calendário para todo o ano de 2016.

E para os demais times, em especial o Brasília que fez uma bela campanha e mesmo não tenho levantado a taça mostrou que se mantém numa constante, fica a lição e o roteiro de como chegar lá. Que a décima primeira taça seja o estopim para que os demais times valorizem e comecem logo a cativar o décimo segundo jogador, consolidando de vez o Novo Futebol Candango.

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